A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta sexta-feira (2), o governador licenciado de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), no âmbito da operação Lava-Jato. O inquérito, que está sob sigilo, apura o suposto pagamento de R$ 2 milhões pela Odebrecht, via caixa 2, na campanha política de 2014.
Além de Colombo, são investigados no processo o ex-secretário da Fazenda de Santa Catarina Antônio Gavazzoni e o ex-secretário de Comunicação Ênio Branco. Eles são apontados como os responsáveis por viabilizar a transação junto a dois executivos da empreiteira: Fernando Reis e Paulo Roberto Welzel, que fecharam acordo de delação.
O processo tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob relatoria do ministro Luis Felipe Salomão.
Em junho do ano passado, foi autorizada a quebra do sigilo telefônico dos três investigados. A medida foi tomada para “identificar eventual comunicação entre os agentes e a confirmação de sua localização nas datas e períodos apontados”, segundo justificou o ministro.
Os delatores informaram que o governador catarinense teria pedido dinheiro em diversas oportunidades para campanhas próprias e de outros candidatos do PSD. Em 2014, teria sido viabilizado o repasse de R$ 2 milhões em troca do favorecimento da Odebrecht Ambiental na privatização da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). No entanto, o baixo valor de mercado inviabilizou o negócio nos anos seguintes.
No acordo fechado junto ao Ministério Público Federal, os representantes da Odebrecht relataram que Colombo e homens de sua confiança teriam reivindicado doações não contabilizadas em outras oportunidades. Ao todo, os pedidos somariam R$ 17,1 milhões, entre 2010 e 2015.
Em nota, Colombo disse que tem conhecimento de que foi absolvido na investigação sobre prática de corrupção, e que “está tranquilo” em relação à acusação de Caixa 2.
“Valeu a pena acreditar na Justiça”, afirmou.