Política

Alerta internacional

ONU se diz preocupada com uso das Forças Armadas para combate ao crime no Rio

Comissário da organização disse que Exército não é especialista em segurança pública nem em investigação

O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, demonstrou nesta quarta-feira (7) preocupação com o uso de forças armadas para o combate ao crime em geral. Ele citou especificamente a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

— No Brasil, eu estou preocupado com a recente adoção de um decreto que dá às Forças Armadas autoridade para combater o crime no Estado do Rio de Janeiro e colocam a polícia sob o comando do Exército — disse Hussein, ao discursar na 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça.

Em 16 de fevereiro, o presidente Michel Temer assinou decreto nomeando o general Walter Souza Braga Netto interventor na segurança pública do Estado do Rio. O texto concedeu plenos poderes para o general atuar em todo setor de segurança fluminense, ou seja, as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar.

Zeid Al Hussein disse que Forças Armadas não são especializadas em segurança pública e investigação, e pediu que o governo garanta o respeito aos direitos humanos. 

— Peço ao governo para garantir que as medidas de segurança adotadas respeitem os parâmetros de direitos humanos e que medidas efetivas sejam adotadas para evitar filtragem racial [seleção de suspeitos com base na cor de pele] e a criminalização dos pobres.

 O alto comissário falou sobre a instalação de observatórios para acompanhar a intervenção e ressaltou a importância da participação da sociedade civil. Em seu discurso, o Hussein falou sobre a situação dos direitos humanos em vários países.

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