Dois ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram atingidos por pelo menos três disparos de arma de fogo, na noite desta terça-feira (27), no Paraná, segundo os organizadores do evento. Um dos veículos era ocupado por jornalistas e outro transportava convidados da comitiva.
Ninguém ficou ferido no ataque, ocorrido quando os ônibus deixaram Quedas do Iguaçu e seguiam para Laranjeira do Sul. De acordo com informações do jornal O Globo, o veículo que transporta Lula não foi atingido.
O PT afirma que o Paraná foi o único Estado de todos os percorridos pela caravana do ex-presidente a não fornecer escolta policial à comitiva. Em sua conta oficial no Twitter, Lula disse esperar que o governo federal ou o estadual se responsabilizem pelo ocorrido:
"Se eles acham que fazendo isso vão nos assustar, estão enganados. Vai nos motivar. Não podemos permitir que depois do nazismo esses grupos fascistas possam fazer o quiser", escreveu.
No Rio Grande do Sul, a caravana lulista foi marcada por disputas entre manifestantes contrários e a favor do petista. Na sexta-feira (23), manifestantes contrários ao ex-presidente bloquearam a chegada da comitiva em Passo Fundo, obrigando Lula a desistir de um compromisso na cidade.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou como "inaceitável" o ataque.
— É absolutamente inaceitável que aconteça, parta de quem partir. Isso não é convivência democrática. Isso não pode acontecer, e se acontecer é preciso identificar os responsáveis porque não pode se repetir dentro do regime democrático — disse o ministro.
Jungmann também condenou confrontos entre militantes petistas e anti-lulistas. Jornalistas foram agredidos no trajeto por seguranças do ex-presidente.
— Não podemos admitir confrontos e é preciso ter respeito.
O ministro afirmou que a Polícia Federal (PF) não irá investigar o caso porque o crime não foi federal e cabe às autoridades estaduais atuar.
— Caberá à investigação estabelecer se foi ou não (um atentado político) — disse.
Dilma condenou ação
Por meio de nota, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que "a tentativa de intimidar o presidente Lula e a Caravana Lula pelo Brasil, com tiros e agressões, é inaceitável". Segundo a petista, o caso "é grave e ocorre num momento difícil para o Brasil".
"Tais ataques não vão intimidar democratas e militantes políticos", escreveu.