O Ministério Público Federal (MPF) irá apurar um possível caso de improbidade administrativa junto à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A situação é referente à passagem da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por Santa Maria, na última terça-feira (20), quando o político cumpriu agenda oficial dentro da instituição. A representação foi feita pelo bacharel em Direito da UFSM Giuseppe Riesgo. Ele também acionou o Ministério Público Eleitoral (MPE) porque, no entendimento dele, o petista se valeu de uma estrutura federal para promover um ato de "campanha política antecipada".
No documento de oito páginas, Riesgo – que é filiado ao Partido Novo – afirma que o questionamento dele não leva em consideração a condição partidária dele. O jovem traz, no ofício, que a ida de Lula à UFSM configura em “um ato de cunho político-partidário visando a recepção e comemoração da vinda do ex-presidente Lula, junto a membros do PT, ao município”.
Riesgo alega que a solenidade dentro da UFSM contou com diversas autoridades da UFSM – como a presença do reitor Paulo Burmann – que recepcionaram Lula e “diversas lideranças do PT, como a ex-presidente Dilma Rousseff e colegas de partido”.
O bacharel em Direito ainda apresentou, junto ao documento, vídeos e imagens com “diversos manifestantes organizados do partido que se aglomeraram nas dependências da UFSM, em frente à reitoria, inclusive com espaço para palanque e discursos (...)”.
No documento, ele enfatiza que houve um “evento de campanha política (...) aliado a um comício do partido”. A GaúchaZH, Giuseppe Riesgo entende que o MPF e o MPE devem apurar esse suposto caso de improbidade administrativa em ano eleitoral.
Do lado do MPF, a procuradora da República Bruna Pfaffenzeller afirma que “o caso terá o acompanhamento da instituição focado na averiguação do suposto uso indevido de imóvel da administração pública, em favor de pré-candidato ou de plataforma político-partidária”.
Contraponto
O que diz Marionaldo Ferreira, secretário-geral do gabinete do reitor.
“É um direito de todo o cidadão fazer questionamentos. A isso se dá o nome de democracia. E, sem dúvida alguma, vamos colaborar com tudo que nos for solicitado por quem quer que seja. É bom que se diga que a UFSM recebeu, sim, um ato oficial, que constou na agenda da universidade. Nada foi escondido e fizemos, sim, uma reunião de trabalho com a participação de reitores de universidades e institutos federais. Além do que a UFSM não é uma ilha, não vivemos isolados do mundo. Reforçamos que todo e qualquer pré-candidato à Presidência da República que quiser se reunir conosco será recebido."