Órgãos federais com prédios na região do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre, não devem ter expediente no próximo dia 24 de janeiro, data em que ocorrerá o julgamento do ex-presidente Lula, na Capital. O pedido foi feito pelo secretário de segurança pública do Estado, Cezar Schirmer, para tentar diminuir a circulação de pessoas em um perímetro das proximidades do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), onde será realizado o julgamento.
Conforme o governo gaúcho, várias instituições já se comprometeram a não ter expediente a partir do meio-dia de 23 de janeiro. O perímetro em que haverá bloqueios na região ainda não foi confirmado, mas se estenderá pela região do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
– Formatei formalmente o pedido para que instituições como o Ministério da Fazenda, Ministério da Agricultura, Receita Federal, Incra, e IBGE não tenham expediente, bem como uma churrascaria privada que tem ali. Vamos garantir a manifestação das pessoas, mas estamos querendo preservar o perímetro – disse Schirmer.
O trânsito de veículos será alterado na região da Edvaldo Pereira Paiva, o trânsito deverá ser bloqueado no trecho do Gasômetro. Outras alterações devem ser anunciadas nos próximos dias.
Por meio das redes sociais, manifestantes favoráveis e contrários ao ex-presidente Lula prometem atos ao longo do dia do julgamento. Recentemente, as autoridades confirmaram que um contingente da Brigada Militar do interior do Estado e de agentes que estão no Litoral Norte vão auxiliar na segurança da região, para evitar confrontos entre os grupos.
Recurso da sentença
O exame da apelação do ex-presidente no processo no qual foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro está previsto para o próximo dia 24, no TRF4, em Porto Alegre. A sessão ocorre após Lula ser condenado a nove anos e seis meses de prisão por ter sido considerado culpado pelo recebimento de R$ 2,4 milhões em propina da empreiteira OAS. O montante estaria ligado à aquisição de um triplex no Guajurá, no litoral paulista.
Em troca, teria direcionado à empreiteira contratos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) e na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima (RNEST). Além do tempo de reclusão, Lula foi condenado a pagar multa de R$ 669,7 mil.
Mesmo se a condenação for mantida em segunda instância pelos desembargadores da 8ª Turma do TRF4, Lula não terá a prisão decretada imediatamente. O ex-presidente só será detido após o julgamento de todos os recursos apresentados pela defesa em segunda instância.