Mesmo com elogios do presidente Michel Temer ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), líderes do DEM dizem que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ainda é visto como uma das principais alternativas do bloco governista para disputar o Planalto. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira, 11, Temer afirmou que a prioridade de Maia é tentar se reeleger à presidência da Câmara e que sua candidatura seria na linha do "se colar, colou". O peemedebista também admitiu preferir que o ministro Henrique Meirelles (PSD) continue na Fazenda a disputar a eleição.
Para o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), a entrevista de Temer "não significa apoio ou não do governo" a uma eventual candidatura de Maia, e sim um "posicionamento de debate". "Não tenho dúvidas de que, com a candidatura do Maia se consolidando, ela talvez hoje seja a mais capaz de reunir o apoio de legendas que compõem a base do governo, contando com a simpatia do próprio", avaliou.
Efraim considera que o Palácio do Planalto tenta manter Maia e Meirelles focados na agenda econômica para "não antecipar" o debate sobre as eleições de 2018, mas que isto será inevitável. "É algo irreversível da cultura política brasileira que esses debates se iniciem agora na retomada dos trabalhos de 2018. É natural, mas não acredito que ele (Temer) consiga definir o rumo do debate. Cada vez mais a agenda política vai ser protagonista."
O presidente do DEM, José Agripino (RN), destacou que as legendas têm direito de tentar viabilizar candidaturas neste momento, citando o caso de Meirelles. "Rodrigo Maia, como está tendo uma exposição bastante marcante, e tem se manifestado com acerto, adquiriu muita visibilidade. Ele não se coloca como candidato, mas, queiram ou não, ele é uma alternativa." Agripino ponderou que todos os movimentos em torno da candidatura de Maia ainda "têm que amadurecer".