O secretário da Segurança do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, disparou nesta terça-feira (19) contra os responsáveis pela elaboração das perguntas usadas no concurso que visa ao preenchimento de 4,1 mil vagas de soldado da Brigada Militar (BM). O exame teórico, aplicado no último domingo, citou Schirmer e utilizou questões classificadas pelo comandante-geral da BM, coronel Andreis Dal'Lago, como tendo viés "político-ideológico". Para Schirmer, a polêmica afeta os candidatos.
— Se veem prejudicados por uma prova feita por uma empresa, contratada pela Brigada Militar, que trata de questões absolutamente ridículas, absurdas e irrelevantes — criticou.
Em uma das questões, de número 44, a pergunta é: "Em julho de 2017, o governo do Estado anunciou a abertura de 6,1 mil vagas para reforçar a segurança pública no RS. (...) Quem era o secretário à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP) quando essa medida para reduzir o déficit de pessoal nos órgãos pertencentes à segurança pública foi instituída?" As cinco opções de resposta oferecidas foram: Airton Michels, Wantuir Jacini, José Paulo Cairoli, José Ivo Sartori e Cezar Schirmer.
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Questionado sobre a possibilidade de cancelamento de toda a prova, Schirmer evitou opinar. Segundo o secretário, o assunto passa por uma avaliação jurídica. A BM já estuda se invalida ou não até cinco questões, consideradas polêmicas.
Se a Fundatec contratou pessoas para fazer esse concurso, deve demiti-las.
CEZAR SCHIRMER
— Não sei quem fez as perguntas, mas uma coisa tenho certeza. Se a Fundatec contratou pessoas para fazer esse concurso, deve demiti-las. Porque estão absolutamente despreparadas para a função de elaborar perguntas para um concurso público de tamanha relevância — defendeu o secretário.
Para Schirmer, a possibilidade de que tenha havido "má-fé" contra o governo no caso não pode ser descartada. Procurada por GaúchaZH, a Fundatec disse por meio da assessoria que ainda está avaliando se irá comentar as declarações de Schirmer.