O vice-governador do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, um dos principais articuladores da negociação com o governo federal do acordo de recuperação fiscal, voltou a afirmar em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta quinta-feira (21), que o Banrisul não deverá entrar na lista de estatais privatizadas. A Assembleia vota em sessão extraordinária nesta sexta-feira (22) o projeto de lei complementar que autoriza o Estado a aderir ao regime de recuperação fiscal proposto pela União.
Na quarta-feira (20), um protocolo foi assinado entre o presidente Michel Temer e o governador José Ivo Sartori, atestando que não há obstáculos para que o RS siga negociando a suspensão do pagamento da dívida por três anos e a contratação de empréstimos.
Sobre a possibilidade de privatizações de estatais, como contrapartida pelo reajuste, Cairoli diz que há "uma disposição de parte do governo federal que entre o Banrisul (na negociação)", mas afirmou que isso não está nos planos do governo estadual.
— Banrisul é um assunto que não será tratado no nosso governo — disse o vice-governador, que citou novamente a CEEE, a CRM e a Sulgás como companhias que podem ser privatizadas.
— Entendemos que com elas conseguimos deixar de pé o plano de recuperação fiscal.
Sobre a articulação da oposição, para tentar impedir a análise do projeto de lei nesta sexta-feira na Assembleia, Cairoli defendeu o reajuste fiscal como uma medida que impactará financeiramente no futuro do Estado.
— Os partidos que estão fazendo esse debate político poderão ser governo logo adiante.
Ouça a entrevista do vice-governador ao Gaúcha Atualidade: