O presidente Michel Temer reafirmou, nesta segunda-feira (13), que o governo quer aprovar ainda neste ano a reforma da Previdência e voltou a destacar que a proposta acabará com privilégios de servidores públicos.
— Vamos completar essa fase reformista que adotamos no país durante esse governo, quem sabe ainda neste ano. Quem sabe, não, com toda certeza. Aqui, a gente diz uma coisa e depois dizem que há dúvida. Não há dúvida. Nós vamos fazer a reforma previdenciária, que é importante para o país, e vamos desmistificar e desmentir certas coisas que disseram no começo — afirmou o presidente, em cerimônia de entrega simbólica dos primeiros Cartões Reforma, para que famílias de baixa renda
possam fazer melhorias em suas casas.
Na última semana, Temer havia admitido a possibilidade de uma derrota do governo ao tentar aprovar a reforma da Previdência. O presidente ainda havia feito um apelo para que os parlamentares tentassem votar, se não o conjunto do pacote, pelo menos alguns pontos propostos pelo Planalto.
A fala pessimista, contudo, gerou turbulência política e econômica e fez com que Temer mudasse o discurso e voltasse a articular a aprovação das alterações nas regras da Previdência.
Segundo ele, a reforma acabará com privilégios na hora de aposentar.
— Não faz sentido os trabalhadores da iniciativa privada levarem um tempo mais longo para se aposentar e se aposentem com valor pequeno, enquanto servidores públicos se aposentam mais cedo e com valores estratosféricos. Estamos tendo coragem para fazer isso — acrescentou.
Temer destacou que a proposta de reforma na Previdência não fará com que as pessoas não consigam se aposentar, lembrando que o projeto prevê uma regra de transição ao longo de 20 anos.
— Ou seja, é uma reforma racional porque leva em conta os direitos daqueles que já estão em atividade — alegou.
Ele ainda aproveitou a entrega dos Cartões Reforma para comparar a tramitação da reforma previdenciária — e outras como o teto de gastos e a reforma trabalhista — com a reforma de uma casa. Ele ainda ressaltou o apoio do Congresso Nacional na aprovação das reformas.
— Toda vez que se vai fazer uma reforma, a casa fica feia, mas quando a reforma termina, a casa está um brinco, bonita. As pessoas reclamam que tem poeira, o vizinho reclama do barulho, toda reforma é assim. A casa vai ficar barulhenta e com reclamações, mas quando estiver pronta todo mundo vai aplaudir — completou. — Vamos trabalhar sem descanso para melhorar a vida dos brasileiros.
Temer disse que o Cartão Reforma é um dos pilares da sua política habitacional. O programa concede até R$ 9.646,07 para reformar, ampliar e até mesmo concluir moradias de famílias com renda mensal de até R$ 2.811,00. O Ministério das Cidades trabalha com a expectativa de atingir 182 mil famílias até 2018 e o orçamento é de R$ 1 bilhão, a fundo perdido, ou seja, o beneficiário não precisará pagar nada.
— Fico realmente entusiasmado com o Cartão Reforma, que queremos levar adiante neste ano e no próximo — concluiu o presidente.