O presidente Michel Temer reconheceu, nesta quinta-feira (9), que uma reforma ministerial "será inevitável" para assegurar as mudanças na Previdência que o governo quer aprovar no Congresso. Segundo ele, este assunto "está sempre em cogitação" quando se governa.
Temer está sendo pressionado pelo Centrão para retirar o PSDB do governo e repassar as pastas controladas pelo partido a este grupo da base aliada. O principal objetivo do Centrão é retirar os tucanos do Ministério das Cidades, por conta do seu gordo orçamento.
Hoje, o PSDB controla quatro pastas: além de Cidades, tem Relações Exteriores, Secretaria de Governo e de Direitos Humanos. Temer não disse quando a reforma ministerial será realizada. A pressão é para que ela seja feita logo, sem esperar a saída por conta da desincompatibilização dos cargos, por conta das eleições do ano que vem.
Temer avisou que saberá o tempo para fazer as mudanças no ministério. Ao ser indagado se acreditava que as trocas ministeriais poderiam acontecer antes de janeiro, o presidente respondeu com um "acho que não". O sinal do presidente de que poderá atender à fome por cargos e verbas dos partidos aliados foi dado em entrevista, ao final da cerimônia de anúncio do programa Avançar, no Palácio do Planalto.
– Reforma é algo que, toda vez que você governa, elas estão sempre em cogitação. Eu saberei o momento certo – declarou Temer.
Ao defender a aprovação de mudanças na Previdência, o presidente citou que, assim que o tema foi colocado de novo nas discussões, o mercado deu o alerta da sua importância.
– No dia seguinte que se fez o alerta de que ela iria continuar, a bolsa voltou a subir e o dólar caiu – comentou, ao destacar a sua animação com a possibilidade de aprovação do texto. Na manhã desta quinta-feira, Temer voltou a sofrer pressão dos aliados, durante café da manhã na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quando se discutiu os pontos da reforma da Previdência.