O Ministério Público pediu o bloqueio de bens e aplicação de multa a 18 suspeitos de fraudes em dois concursos públicos realizados em Formigueiro, na Região Central. Eles já haviam sido denunciados pelos crimes. As duas ações civis públicas são resultado da Operação Cobertura, que detectou ilegalidades em concursos realizados em dezenas de cidades gaúchas.
Conforme a Promotoria de Justiça de São Sepé, o ex-prefeito João Natalício Siqueira da Silva teria ligado para o sócio proprietário da empresa Instituto de Desenvolvimento em Recursos Humanos (IDRH), Maicon Cristiano de Mello, pedindo para que a filha dele, Bianca Alves da Silva, fosse aprovada no concurso realizado em 2011. O MP sustenta que, além de a licitação ter sido fraudada, a candidata deixou o cartão-resposta em branco, que foi preenchido posteriormente. Ela foi aprovada em primeiro lugar.
Em outro concurso, em 2012, também teria havido fraude para que fossem aprovadas 15 pessoas, entre parentes e companheiros políticos do ex-prefeito. A ilegalidade teria ocorrido da mesma forma: os candidatos entregaram o cartão-resposta em branco para que fosse preenchido por Maicon.
Nas duas ações, o Ministério Público pede indisponibilidade de bens e afastamento do exercício de cargo público. Ao final da tramitação das ações, a Promotoria pede a perda de valores recebidos ilicitamente, ressarcimento integral do dano, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa civil, além de proibição de contratar com o poder público e de receber benefícios ou incentivos fiscais.
GaúchaZH tenta localizar a defesa dos envolvidos.