Em palestra a lideranças empresariais e políticas do Estado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (20) que a reforma da Previdência é inevitável para evitar o colapso das finanças públicas. Convidado do evento Brasil de Ideias, realizado pela revista Voto com promoção do Grupo RBS, Maia argumentou que o tema está acima das questões partidárias:
- A reforma não é de direita nem de esquerda. A reforma é a salvação do nosso Brasil.
Citando o déficit de R$ 180 bilhões previsto para este ano nas contas previdenciárias, Maia pregou transparência no debate e disse que a mudança nas regras de aposentadoria é o tema mais urgente na agenda de reformas. O deputado reclamou do discurso populista de alguns políticos e, em referência nominal ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a postura do petista. Em evento em Brasília no final de semana, Lula conclamou os partidos de esquerda a barrarem a reforma.
– Fico pensando em como alguém vai entrar na eleição prometendo recursos para saúde, educação, segurança, sem uma reforma do Estado. E a da Previdência é a mais importante de todas.
Na próxima quarta-feira, Maia participa de jantar com deputados da base aliada e economistas no Palácio do Alvorada. A convite do presidente Michel Temer, eles irão discutir os números da Previdência e articular uma estratégia para levar o tema ao plenário da Câmara nas primeiras semanas de dezembro. O deputado disse que a votação irá servir para revelar quem no Congresso realmente está comprometido com a agenda reformista.
– Sem a reforma da Previdência, não tem outro caminho que não seja aumentar impostos – condicionou, alertando que o atual sistema pode levar à hiperinflação e à moratória.
Maia também ressaltou a importância da aprovação da reforma trabalhista e defendeu mudanças no sistema tributário, cuja votação deve ocorrer no primeiro semestre de 2018. Respondendo a perguntas da plateia, o deputado disse que não vê caminhos para alterações na Lei Kandir e que vê com bons olhos a legalização do jogo como forma de financiar a criação de um fundo para investimentos em segurança pública nos Estados.
– Ou a gente enfrenta os problemas, ou não tem solução – afirmou, citando o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul como exemplos de Estados em grave crise financeira.
Maia disse ainda que as forças políticas de centro-direita não têm um candidato definido para 2018 e que, antes, é preciso construir consenso em torno de uma agenda para o país.
– Nosso campo não tem um nome natural – admitiu, dizendo que é preciso firmar compromisso com eixos como ajuste fiscal, reformas estruturais e diminuição do tamanho do Estado.