A votação da segunda denúncia contra Michel Temer, prevista para esta quarta-feira (25), repete uma das práticas que marcaram a rejeição da primeira acusação contra o presidente, em agosto: o aumento da liberação de emendas parlamentares. O avanço em outubro em relação a setembro foi de 151%.
Até o dia 23 de outubro, foram empenhados R$ 687,4 milhões em recursos carimbados para projetos de parlamentares em seus redutos eleitorais. Em setembro, a cifra ficou em R$ 273,3 milhões. Em agosto, o montante fechou em R$ 138,7 milhões. Após o empenho, o governo é obrigado a pagar os valores até o ano seguinte.
A situação é criticada por parlamentares de oposição, que veem a liberação como uma manobra para que a investigação contra Temer seja barrada na Câmara. As emendas são previstas em orçamento e, por serem impositivas, têm o pagamento garantido.
No entanto, cabe ao governo decidir quando irá repassar os recursos.
Primeira denúncia
A primeira denúncia contra Temer foi sepultada no dia 2 de agosto. A liberação de emendas deu um salto nos dois meses anteriores. Em julho, foram empenhados R$ 2,2 bilhões. Em junho, R$ 1,8 bilhão.
Nos cinco primeiros meses de 2017, o empenho de emendas parlamentares alcançou R$ 102,5 milhões.
Confira a evolução:
- Janeiro: R$ 1 milhão
- Fevereiro: R$ 1,3 milhão
- Março: R$ 5,1 milhões
- Abril: R$ 5,5 milhões
- Maio: R$ 89,4 milhões
- Junho: R$ 1,8 bilhão
- Julho: R$ 2,2 bilhões
- Agosto: R$ 138,7 milhões
- Setembro: R$ 273,3 milhões
- Outubro: R$ 687,4 milhões (até o dia 23)