Um impasse envolvendo a existência de recursos para o pagamento de servidores públicos marcou na manhã desta terça feira (10) nova rodada de conversas entre professores em greve e o governo do Estado. O encontro foi realizado na Secretaria Estadual da Educação, sob forte aparato policial. O prédio foi isolado pela Brigada Militar, que permitiu acesso apenas a integrantes do comando de greve.
Frente a frente, Cpers e representantes do Piratini voltaram a discutir, principalmente, sobre o pagamento do funcionalismo. O magistério entregou ao governo números levantados pelo Dieese, que apontariam para fontes de recursos que permitiriam complementar mais rapidamente o pagamento da folha.
— O Dieese viu que tem uma arrecadação com datas de pagamento mais ou menos no mesmo dia que ela entra. Não chega a acumular. Na nossa visão, isso deveria ir para a folha dos servidores — defende a presidente do Cpers, Helenir Schurer.
Em uma avaliação preliminar, o governo do Estado diz que a economia de recursos causaria impacto de poucos milhões, insuficientes para cobrir a folha que, hoje, soma R$ 1 bilhão por mês. Apesar da avaliação, o secretário chefe da Casa Civil, Fabio Branco, prometeu encaminhar os dados para a análise técnica da Secretaria da Fazenda.
— Recebemos a documentação e vamos respondê-la. Entendemos a situação, mas pedimos sensibilidade. É a pior crise financeira da história do Estado e ninguém está propondo parcelamento por desejo — afirma o chefe da Casa Civil, Fabio Branco.
Sem prazo de resposta da Secretaria da Fazenda, a greve continua sem previsão de encerramento. O movimento completou 35 dias.
Após a reunião, os professores saíram do Centro Administrativo Fernando Ferrari em caminhada em direção à Praça da Matriz. O trânsito chegou a ser bloqueado na avenida Borges de Medeiros.