O presidente Michel Temer enviou uma carta a parlamentares para se defender das acusações que pesam contra ele. No texto, o peemedebista voltou a afirmar que é vítima de uma conspiração que, segundo ele, teve participação direta do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
“Jamais poderia acreditar que houvesse uma conspiração para me derrubar da Presidência da República. Mas os fatos me convenceram. E são incontestáveis”, escreveu.
O texto foi divulgado pelo Palácio do Planalto no início da tarde desta segunda-feira (16). Na mensagem, o presidente usa declarações do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para desqualificar a delação premiada do doleiro Lucio Funaro, operador do PMDB.
“Em entrevista à revista Época, o ex-deputado Eduardo Cunha disse que a sua delação não foi aceita porque o procurador-geral exigia que ele incriminasse o presidente da República. Esta negativa levou o procurador Janot a buscar alguém disposto a incriminar o Presidente. Que, segundo o ex-deputado, mentiu na sua delação para cumprir com as determinações da PGR. Ressaltando que ele, Funaro, sequer me conhecia”, afirma Temer na carta.
Dirigido aos parlamentares na semana em que a denúncia de organização criminosa e obstrução da Justiça será votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o discurso é, segundo Temer, “um desabafo”.
“(A carta) É uma explicação para aqueles que me conhecem e sabem de mim. É uma satisfação àqueles que democraticamente convivem comigo”, completou.
O presidente também ataca Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS.
“No áudio vazado por ‘acidente’ da conversa dos dirigentes da JBS, protagonizado por Joesley e Ricardo Saud, fica claro que o objetivo era derrubar o presidente da República. Joesley diz que, no momento certo, e de comum acordo com o Rodrigo Janot, o depoimento já acertado com Lucio Funaro ‘fecharia a tampa do caixão’. Tentativa que vemos agora em execução”, escreveu.
Por fim, Temer citou números da economia e convocou os parlamentares a “continuar a construir, juntos, o Brasil. Com serenidade, moderação, equilíbrio e solidariedade”.