A Justiça Federal decretou o bloqueio de bens e valores de toda a família Batista, da JBS — grupo que mergulhou o governo Michel Temer em sua pior crise política. A decisão foi tomada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, na Operação Bullish, que investiga suposto favorecimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às empresas da família.
O confisco ordenado por Leite alcança cerca de 20 empresas do grupo e pessoas físicas, entre elas os irmãos Joesley e Wesley Batista, seus principais acionistas, atualmente presos na sede da Polícia Federal em São Paulo.
O advogado Ticiano Figueiredo, que defende a família Batista dentro dos processos relacionados à Operação Bullish, afirmou que a decisão do juiz é "surreal".
Segundo ele, Leite baseou-se em relatos da mídia para declarar rescindido o acordo de leniência dos irmãos Batista. No entanto, segundo Figueiredo, o acordo encontra-se "plenamente em vigor", de acordo com uma decisão da mesma vara.
Figueiredo, que também já defendeu o ex-deputado Eduardo Cunha, afirmou ainda que o primeiro passo da defesa será entrar com uma petição comunicando o desembargador Olindo Menezes do descumprimento de sua decisão que liberou os bens dos Batista.
— Essa será nossa primeira medida — disse o advogado.
O escritório também pretende elaborar um recurso para derrubar a decisão de Leite.