Com o acordo de delação premiada suspenso, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o executivo da JBS Ricardo Saud decidiu que vai se negar a responder qualquer questionamento feito pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) da JBS. Saud compareceu à sessão da CPI nesta terça-feira (31), mas argumentou que somente voltará a colaborar com Justiça quando seus direitos forem restabelecidos.
— Eu queria, não frustrando vossas excelências, lembrar que a suspensão do meu acordo de delação premiada está cautelado e vou permanecer calado seguindo meu direito constitucional. Tão pronto sejam restabelecidos meus direitos, eu voltarei a colaborar com a Justiça — afirmou Saud aos parlamentares.
Diante da negativa, senadores e deputados tentaram convencer Saud a falar em sessão fechada, sem a presença da imprensa. Mas ele repetiu a justificativa.
— Eu não me escondo. Quando minhas premissas forem restabelecidas, eu quero falar e muito — afirmou o executivo.
O acordo de delação premiada de Ricardo Saud foi suspenso desde que vieram à tona gravações feitas pela JBS que apontaram omissões feitas pelo delator e o dono do grupo, Joesley Batista.
A suspensão foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, a pedido do ex-procurador Rodrigo Janot. O cancelamento em definitivo do acordo também já foi pedido por Janot, mas aguarda uma nova decisão de Fachin. Por isso, Saud decidiu ficar em silêncio, na esperança de voltar a ter seu acordo restabelecido.