A decisão do governo estadual de pagar antes os menores salários dos servidores do Executivo não amenizou manifestações contrárias ao Piratini nesta sexta-feira (29). Pela manhã, em assembleia no Gigantinho, em Porto Alegre, o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato) aprovou a manutenção, por tempo indeterminado, da greve da categoria, iniciada em 6 de setembro. Como resposta, à tarde, o governo comunicou que cortará o ponto de quem não trabalhou a partir do momento em que a paralisação foi definida.
"Hoje, dia 29 de setembro, 47% dos servidores da Educação receberam seus salários integralmente. Até o dia 11 de outubro, praticamente todos estarão quitados, assim como ocorre com a maioria dos trabalhadores em geral. Mesmo assim, com o apoio irresponsável da oposição, o Cpers decidiu manter a greve por período indeterminado. Não chegamos a esta crise por vontade do atual governo", declarou, em nota, o Piratini.
Presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer diz que a categoria recebeu a notícia do corte de ponto com indignação. Segundo a professora, a entidade buscará reverter, por meio de mandado judicial, a decisão do Executivo estadual.
– Como um governo que não paga salários pode cortar o ponto? Se fizer isso, não vamos recuperar as aulas. Portanto, o ano letivo poderá acabar. Ninguém trabalha de graça. Estamos entrando com ação contra o governo – rebateu Helenir.
Protesto em frente ao Piratini
Nesta sexta-feira (29), o Piratini pagou os salários dos servidores que ganham até R$ 1,75 mil líquidos. O restante do funcionalismo receberá de forma escalonada, à medida que entrarem recursos no Tesouro. Conforme o cronograma do governo, até o dia 11, serão depositados os contracheques integrais dos funcionários com rendimentos de até R$ 4 mil líquidos. Por fim, até o dia 17, o Estado projeta concluir o pagamento da folha.
Após a assembleia, os grevistas caminharam até o Largo Glênio Peres, no centro da Capital. À tarde, partiram do local, acompanhados de servidores de outras categorias, em direção ao Palácio Piratini, onde o protesto foi encerrado cerca de uma hora depois.
Para a professora Merici Gutjahr, que vive em Santo Cristo, no norte do Estado, e participou da manifestação em Porto Alegre, a decisão do governo de pagar antes os menores salários é estratégia para desmobilizar os servidores:
– Recebi, mas isso não me satisfaz. O que me interessa é a luta por toda a categoria e não só a questão de parcelamento.
Em comunicado, governo pediu a retomada das aulas: "A responsabilidade pela preservação do ano letivo é compartilhada por toda a sociedade. O governo do Estado segue aberto ao diálogo".