Vice-líder do PMDB na Câmara, o deputado Carlos Marun (MS) afirmou, nesta sexta-feira (8), que a Polícia Federal (PF) "está de parabéns" pela prisão do ex-ministro peemedebista Geddel Vieira Lima. Para o parlamentar, a prisão do correligionário entristece os integrantes da legenda, mas mostra que a PF cumpriu seu trabalho de investigação, sem ficar presa apenas a fala de delatores.
– Claro que entristece, mas é resultado das investigações. Isso prova que a delação deve ser meio de prova para que haja a investigação. A PF investigou e chegou a esse resultado que foi estampado por todos os jornais. Está de parabéns a Polícia Federal, que não ficou como muitos preguiçosos, que só ficam com a delação premiada – disse o parlamentar.
Leia mais
Geddel Vieira Lima é preso pela Polícia Federal
Da Cui Bono à prisão, quais são as suspeitas que cercam Geddel
PF encontra digitais de Geddel em cédulas guardadas em apartamento
Marun admitiu que a prisão de Geddel, ex-ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer, não é boa para o PMDB, mas tentou afastar os possíveis crimes do ex-ministro da legenda.
– Bom não é, mas é uma coisa que está concentrada na pessoa dele – afirmou.
Segundo ele, por enquanto, o partido não deve tomar nenhuma atitude contra o ex-ministro.
– O pior que podia acontecer já aconteceu, que foi ele está preso – declarou.
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), também tentou afastar ligação de Geddel com a sigla.
– Ele não tem nada a ver com o PT, foi indicação do Michel Temer – disse o petista, ao se referir à indicação de Geddel para comandar o Ministério da Integração Nacional durante o segundo governo Lula. – Ninguém sabia que ele tinha aquelas malas de dinheiro. Você vai adivinhar? Foi uma indicação política – disse.
Prisão
A Polícia Federal prendeu Geddel, na manhã desta sexta-feira (8), em Salvador, por decisão da 10ª Vara de Brasília. Ele foi detido no prédio em que já cumpria prisão domiciliar, no bairro Jardim Apipema, por volta das 5h40min. A medida é mais uma fase da Operação Cui Bono, um desdobramento da Lava-Jato conduzido pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal. O ex-ministro deverá ficar preso em Brasília.
A prisão aconteceu três dias após a PF encontrar R$ 51 milhões de Geddel em um apartamento na capital baiana que teria sido emprestado ao ex-ministro por um empresário amigo. O valor estava distribuído em oito caixas e seis malas. Os policiais acharam as digitais de Geddel no imóvel. Os valores apreendidos serão transportados a um banco, onde será depositado em conta judicial.