Antes de ser preso novamente, nesta sexta-feira (8), pela Polícia Federal, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) passou senhas incorretas de seu celular e se recusou a fornecer sua digital para que os investigadores acessassem o aparelho.
Conforme informações da Folha de S.Paulo, o peemedebista teve o celular apreendido em julho, quando foi preso pela primeira vez na Operação Cui Bono. Desde então, os investigadores tentam acessar o iPhone do ex-ministro de Michel Temer.
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Geddel chegou a fornecer números à PF por meio de seus advogados, mas não funcionaram. Em depoimento, disse que havia passado a senha que recordava, mas que costumava acessar o aparelho colocando sua digital. Os investigadores, então, apresentaram o iPhone para que Geddel pudesse colocar seu dedo e, enfim, permitir o acesso aos dados, mas ele se recusou.
A atitude chamou a atenção da PF porque pouco antes de ser preso seus advogados haviam dito, em manifestação por escrito ao Supremo Tribunal Federal, que estava disponível para colaborar e que não havia nada a esconder. O ex-ministro chegou a colocar à disposição seus sigilos bancário e fiscal, na tentativa de evitar ser alvo de operações.
Procurada pela Folha de S.Paulo, a defesa do ex-ministro afirmou que Geddel deu à PF a senha que tinha e que não poderia fazer mais comentários porque a investigação está em sigilo.
A Operação Cui Bono apura suspeitas de irregularidades de pagamento de propina na liberação de financiamento de R$ 4,3 bilhões da Caixa Econômica Federal para empresas, entre elas as da holding J&F, a qual perente a JBS. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco estatal e foi preso preventivamente, em julho, durante cumprimento da operação
Na manhã desta sexta-feira (8), durante a quarta fase da Cui Bono, Geddel, que cumpria prisão domiciliar em Salvador, foi novamente detido. A ação ocorre após a descoberta, na última terça-feira (5), de malas e caixas com R$ 51 milhões em dinheiro vivo que estavam em imóvel ligado ao peemedebista na capital baiana.