O empresário Joesley Batista, dono da JBS, criticou nesta sexta-feira (15) o que ele chamou de "covardia" do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "depois de tudo que fizeram". Na quinta (14), quando apresentou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, Janot também notificou o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que estava rescindindo o contrato de delação premiada com os executivos da JBS.
– Foi covardia (de Janot) depois de tudo o que fizemos – disse Joesley durante depoimento à Justiça Federal, em São Paulo, nesta sexta. O executivo depôs no âmbito da Operação Acerto de Contas, segunda fase da Tendão de Aquiles.
– Estou pagando por ter deletado o poder – afirmou o dono da empresa à juíza Tais Ferracini, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.
Leia mais:
Saud está com medo de morrer e afirma que foi jurado de morte
Temer sabia do potencial de Cunha para arrecadar propina, diz Janot
Ao lado de ministros, Temer não comenta segunda denúncia de Janot
Desde domingo (10), Joesley e Ricardo Saud, também colaborador, estão presos em Brasília - nesta sexta, Joesley deve passar a noite na sede da Polícia Federal em São Paulo. Ao comunicar a rescisão das colaborações, Janot também converteu a prisão temporária, cujo prazo encerrava na quinta-feira, para prisão preventiva, que não tem período máximo.
Os depoimentos desta sexta são no âmbito do inquérito que investiga se a JBS fez uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro. O executivo negou as acusações.
– As vendas das ações foram por um único e exclusivo motivo de necessidade de caixa – disse Joesley Batista.
– As ações são nossos ativos líquidos. Os bancos restringiram crédito para nós. Com a situação dos bancos, que não renovaram suas linhas de crédito, as vendas da ação não têm nada a ver com insider – completou.