O presidente Michel Temer divulgou um vídeo, no final da tarde desta sexta-feira (22), comentando a segunda denúncia contra ele – que já está na Câmara dos Deputados. Na mensagem, de cinco minutos, o presidente criticou os termos do acordo de delação dos executivos da JBS, disse ser alvo de "provas forjadas" e que a "verdade prevalecerá".
A manifestação foi divulgada nas redes sociais do presidente. Temer afirmou que o país tem acompanhado situações próprias de regimes de exceção, que aceitam "acusações sem provas, movidos por preconceito, ódio, rancor ou interesses escusos", e que a única "vacina contra essa marcha da insensatez é a verdade".
Desde a revelação do acordo de delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, Temer faz críticas frequentes à condução do processo pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Desta vez, afirmou ainda há "muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha delação induzida".
O peemedebista disse ainda que é vítima de "ilações, provas forjadas, denúncias ineptas produzidas em conluios com malfeitores", e que tem orgulho de sua trajetória profissional e política.
– Quero continuar a honrar meu nome, herança limpa que recebi de meus pais e que deixarei limpo para meus filhos, filhas, netos e netas – sustentou.
Por fim, Temer disse ter "convicção absoluta de que a Câmara dos Deputados encerrará esses últimos episódios de uma triste página de nossa história, em que mentiras e inverdades induziram a mídia e as redes sociais nestes últimos dias", e que uma "análise crítica e desapaixonada provará os abusos dos que conspiraram contra a Presidência da República e o Brasil".
Temer é acusado de liderar uma organização criminosa, que teria faturado R$ 587 milhões em propina, e de obstrução da Justiça, no suposto caso em que o ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro teriam recebido dinheiro para não fecharem acordos de delação premiada. A denúncia foi apresentada no dia 14 de setembro, pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.