O deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou, nesta quinta-feira (31), ver a possibilidade de os parlamentares não conseguirem nenhuma mudança eleitoral a tempo do pleito de 2018. Segundo o deputado, integrante da comissão da reforma política na Câmara, o problema é que vários grupos condicionam a votação em itens mais consensuais – como a questão da coligação proporcional e a cláusula de barreira – a temas mais polêmicos – como o financiamento de campanha e o sistema de votação.
– Esse jogo de interesses múltiplos com atores diferenciados pode produzir um resultado igual a zero – alertou.
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Na quarta-feira (30), o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), admitiu que a falta de acordo pode inviabilizar a aprovação da reforma política. Apesar da previsão de votar a proposta relatada pela deputada Shéridan (PSDB-RR) – que prevê o fim das coligações e institui cláusula de barreira aos partidos –, a discussão foi adiada para a próxima semana ou mesmo a seguinte, em razão do feriado de 7 de setembro.
O deputado acredita que o tema com menores chances de ser aprovado é alguma mudança no sistema eleitoral.
– Nenhum deles consegue receber maioria constitucional, nem o distritão, nem o distritão misto – ponderou. – A tendência é de que se mantenha o atual com proibição de coligações e cláusula de desempenho, o que já seria avanço, embora muito modesto.