O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou em seu Twitter neste sábado (29) a possibilidade de a equipe econômica de Michel Temer alterar a meta fiscal para este ano, fixada em um déficit de R$ 139 bilhões. Nos bastidores, o Planalto está frustrado com a arrecadação e projeta um rombo ainda maior nas contas públicas.
"A minha posição é que a meta fiscal fique onde está. Não é correto gerar mais 30, 40, 50 bilhões de gastos para a população pagar. Todo mundo tem o seu orçamento e precisa viver dentro do seu orçamento. A União, os estados e municípios também", escreveu Maia.
Leia também:
Governo pode alterar a meta fiscal deste ano
Gasolina mais cara do Rio Grande do Sul está na Fronteira e na Serra
Governo Temer vai cortar R$ 7,5 bilhões de obras do PAC
De forma indireta, o parlamentar afirma que o Planalto deveria cogitar outra saída para conter o rombo fiscal, sem alterar a meta.
"Se nós não temos condição de cumprir a meta, que se construa as soluções, mas não aumentando os gastos", diz o deputado.
A crítica foi feita em um momento delicado para Michel Temer, que precisará enfrentar na próxima quarta-feira (2) a votação da denúncia por corrupção na Câmara dos Deputados. São necessários pelo menos 342 votos para a Casa aceitar a denúncia e o Supremo Tribunal Federal (STF) analisá-la. Se for aceita, Temer se torna réu, é afastado por 180 dias, e Maia assume a Presidência.
Relembre as últimas medidas do governo
A equipe econômica do governo Michel Temer executou algumas medidas nos últimos dias para conter o déficit fiscal para 2017. Na quinta-feira (27), o governo anunciou a contenção de R$ 5,9 bilhões de reais em gastos – o principal afetado nos cortes será o Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC). A medida recebeu crítica da oposição pela possibilidade de precarizar os serviços públicos
No dia 20, o Planalto assinou decreto que aumentou a alíquota do PIS/Cofins sobre os combustíveis, na expectativa de trazer R$ 10,4 bilhões para as contas do governo. No dia seguinte, postos de Porto Alegre já registravam alta.
No Rio Grande do Sul, a gasolina mais cara está na Fronteira e na Serra. O governo também conta com a venda de ativos – incluindo a privatização da loteria – para obter mais recursos.