Escolhido para relatar a denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado Sérgio Zveiter é novato no PMDB e recebeu doações de empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato durante a campanha de 2014.
Zveiter trocou o PSD pelo partido de Temer em março de 2016. Advogado, ele foi secretário do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), hoje preso na Lava-Jato, e ocupou cargos nos governos de Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.
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O deputado chegou a ser citado nas delações de executivos da Odebrecht, mas não é alvo formal de inquérito na Lava-Jato. Ele também foi mencionado em uma ligação interceptada pela Polícia Federal entre o executivo Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT), em novembro de 2014. Na gravação, o prefeito conta que eles elegeram três deputados, entre eles Zveiter. O áudio foi gravado na noite de 12 de novembro. Dois dias depois, Pessoa foi preso na sétima fase da operação, batizada de Juízo Final, sob suspeita de presidir o "clube" das empreiteiras. Na ligação, Pessoa chama o prefeito petista de "meu chefe".
Na campanha de 2014, Zveiter recebeu R$ 400 mil da UTC, R$ 375 mil da Carioca Engenharia e R$ 294 mil da Andrade Gutierrez. Foi, no entanto, o maior financiador da sua campanha, tirando do bolso cerca de R$ 3,8 milhões.
Zveiter, que tem 61 anos, está em seu segundo mandato como deputado federal. Foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro por duas vezes.
Na Câmara, o peemedebista se notabilizou ao relatar o recurso contra o pedido de cassação do ex-deputado Natan Donadon na CCJ. Ele rejeitou a demanda do deputado, que estava preso, e Donadon acabou cassado em segunda votação no plenário. Mais recentemente, foi cotado para presidir a comissão especial da reforma da Previdência.
O deputado é de família de juristas. Ele é filho do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça, Waldemar Zveiter, e seu irmão Luiz Zveiter é desembargador no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.