Michel Temer inicia hoje mais uma semana decisiva para seu governo. A partir das 9h desta quarta-feira (2), a Câmara dos Deputados deve votar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Temer de corrupção passiva por receber, por intermédio do seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, propina de R$ 500 mil do empresário Joesley Batista, da J&F, controladora da JBS. A defesa do presidente argumenta que as provas não são concretas – Temer diz que a denúncia é uma “peça de ficção”.
Leia também:
Congresso retoma trabalhos com denúncia contra Temer
Governo teme que falta de quórum adie votação de denúncia na Câmara
A votação na quarta-feira será sobre o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomendou a rejeição da denúncia contra o presidente. Para que Temer seja afastado da presidência, ao menos 342 dos 513 deputados (dois terços da Câmara) terão de votar no microfone contra o texto. Ou seja, o “sim” é pela aprovação do parecer (favorável a Temer), o “não” é pela rejeição do texto (contra o presidente) e “abstenção” para se abster do assunto.
O rito se divide em duas fases: primeiro as discussões sobre a denúncia, depois a votação. A expectativa é de que o processo termine na madrugada de quarta para quinta-feira. Nos bastidores, tanto o Planalto quanto a oposição estão convencidos de que o resultado na votação será favorável ao presidente. O esforço de Temer é para que a vitória seja expressiva, de modo a expressar vigor político.
A oposição ainda não entrou em consenso sobre a estratégia para obstruir a votação – uma reunião na terça-feira (2) deve bater o martelo acerca do assunto. As negociações caminham para que os parlamentares não registrem presença no plenário, na expectativa de impedir a votação até reunir o mínimo de 342 votos necessários para acolher a denúncia. Com isso, também seria possível manter por mais tempo o clima desfavorável a Temer, o que poderia constranger deputados indecisos a votar a favor do presidente.