O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (5), que sonha em construir um bloco de esquerda progressista para disputar as eleições presidenciais em 2018. Em entrevista à Rádio Arapuan, de Campina Grande (PB), ele citou os partidos PT, PSB, PDT e PC do B para construírem um "programa pragmático" no pleito.
O petista disse ainda que outros partidos de esquerda e "personalidades dignas" de outros partidos também podem se juntar ao bloco.
– É muito difícil hoje imaginar que você possa fazer a aliança política que foi feita em 2010, mas é muito complicado também imaginar que um partido sozinho tem força para ganhar as eleições – declarou o ex-presidente.
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O petista voltou a repetir que tem interesse em ser candidato a presidente da República em 2018, mas afirmou que não é certa sua candidatura.
– Primeiro, vamos ver se sou candidato, se o partido vai me lançar candidato, depois é que vamos começar a conversar – disse.
Lula ainda afirmou que não quer voltar a governar, mas a "cuidar do povo".
Na expectativa de ter a sentença proferida pelo juiz Sergio Moro no caso do triplex do Guarujá nos próximos dias, o ex-presidente afirmou que já provou sua inocência e pediu provas para embasar uma condenação. Uma eventual condenação, se confirmada em segunda instância, impediria o petista de disputar as eleições.
– Você não pode só por conta de delação culpar, porque tem muito delator mentindo. Os procuradores da Operação Lava-Jato estão numa encalacrada – disse Lula. – Eu já provei minha inocência, euestou querendo é que eles provem minha culpa – completou.
Ex-presidente afirma que Temer é "uma margem de erro"
No dia em que o presidente Michel Temer (PMDB) apresenta sua defesa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Lula afirmou que a mesma regra que defende para si vale também para o peemedebista.
– Se tem uma acusação contra o Temer tem que ser investigada. Se ele for investigado, tem que ser julgado e, se for culpado, condenado. A regra é essa para mim, para ele, para você e para qualquer pessoa desse país – afirmou.
Comentando as denúncias contra o presidente e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), motivadas pelas delações da JBS, Lula afirmou que os dois estão "provando do veneno" que produziram e que o PMDB e o PSDB estão "colhendo o ódio que plantaram".
Em relação aos índices de aprovação do presidente da República, o petista afirmou que Temer "é uma margem de erro".
– Um cara que só tem 3% não tem nada – afirmou.