O empresário Eike Batista, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e a sua mulher, Adriana Ancelmo, prestarão depoimento nesta segunda-feira (31), às 13h, na 7ª Vara Federal Criminal do Rio – responsável pelos desdobramentos da Lava-Jato no Estado. Além de citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, Eike deve delatar Cabral pela propina que o ex-governador teria cobrado de ao menos duas de suas empresas: a petroleira OGX e a OSX – braço de construção naval do grupo.
Eike foi preso no início deste ano na Operação Eficiência, desdobramento da Calicute – mesma operação que levou Cabral à prisão no ano passado –, acusado dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Atualmente, o empresário cumpre prisão domiciliar em sua residência no Jardim Botânico, zona sul do Rio. Ele teria pago US$ 16,5 milhões (cerca de R$ 52,6 milhões) em propinas a Cabral por meio da conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Os investigadores apontam o envolvimento de Eike e Cabral em lavagem de US$ 100 milhões (cerca de R$ 314 milhões) no Exterior. Além disso, Eike também teria desembolsado R$ 1 milhão em propina ao ex-governador, por meio de contrato fraudulento com o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo.
Leia mais:
Eike já produziu 8 anexos de proposta de delação que citam Lula, Cabral e Mantega
Banco deposita R$ 10 milhões de Adriana Ancelmo na conta da Justiça
Em depoimento à Justiça, Cabral nega propina: "Que maluquice é essa?"
Preso desde novembro de 2016 e réu em 12 processos, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) foi condenado, em 13 de junho deste ano, pelo juiz Sergio Moro, a 14 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os procuradores do MPF destacaram que Sérgio Cabral, junto com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, organizou tratativas com os executivos da construtora Andrade Gutierrez para solicitação de propinas e delegou a pessoas de sua confiança o acerto quanto ao recebimento das vantagens indevidas. Por outro lado, no mesmo processo, Adriana Anselmo foi absolvida das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em razão da falta de prova suficiente de autoria ou participação.