1. "Cabeça de avestruz"
Ao se posicionar contra uma das preliminares apresentadas pelas defesas, que esperam excluir do julgamento a validade das delações da Odebrecht, o ministro Luiz Fux disse que não se pode descartar o momento político na votação e declarou:
– Somos uma Corte. Avestruz é quem enfia a cabeça. É impossível uma Corte descobrir fatos e não levar em consideração.
2. Visita ilustre
Um dia depois de declarar que não descarta uma candidatura à Presidência da República e de defender eleições diretas como solução para a crise, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa acompanha o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele chegou ao plenário às 9h38min e se sentou na primeira fileira. O ex-ministro foi cumprimentado pelos ministros e abanou para o relator do processo, Herman Benjamin. Cerca de duas horas depois, deixou a sessão.
3. "Metástase"
O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, defendeu a manutenção das provas produzidas após a petição inicial das delações dos executivos da Odebrecht sobre a campanha de 2014 e fez analogia com uma doença.
– A petição inicial apontou a existência de um tumor. A ecografia, a de um câncer. E a cirurgia abdominal mostrou que, na verdade, o quadro é de metástase – comparou.
4. "Sanha cassadora"
Gilmar defendeu que o TSE é, às vezes, "muito severo" em seus julgamentos de cassação de mandato. O presidente da Corte defendeu a "estabilidade do sistema eleitoral" e disse:
– É preciso moderar a sanha cassadora porque, de fato, você coloca em jogo outro valor: o do mandato.
5. Ato falho
Em uma de suas exposições, o relator dirigiu-se a Gilmar como "presidente Michel T...". Logo percebeu o equívoco e arrematou.
– O outro também é presidente, embora réu aqui – disse Herman, provocando risos na plateia.
6. "Tomada de poder"
Ao substituir brevemente Gilmar no comando da sessão, Fux brincou que o presidente da Corte havia lhe passado instruções, "mas não para tomar o poder".
– Se Vossa Excelência tinha o intuito de tomar o poder, foi flagrado no ato – rebateu, em tom de piada, Herman.
7. Amigões
Para tentar apaziguar a interação com o relator, Herman Benjamin, o ministro Gilmar Mendes lembrou, durante a tarde, que os dois magistrados se conhecem há mais de 30 anos e que são amigos. Gilmar quis ratificar que não existe uma rusga entre eles, ao contrário do que o debate ao longo das sessões tem deixado transparecer.
– Águas de São Pedro, andando num avião monomotor, temos uma relação de muitos anos, quando não imaginávamos que viríamos a exercer essas funções que estamos exercendo – recordou o presidente do TSE, sobre a "relação fraterna" que mantém com o relator da matéria contra a chapa Dilma-Temer.
8. "Não confiro meu extrato no banco"
O ministro Luiz Fux argumentava que um trabalhador assalariado que vê o saldo crescer sem motivação aparente sem dizer nada tem "cegueira deliberada". Admar Gonzaga discordou e disse que há pessoas, assim como ele, que não têm por hábito ver o extrato do banco.
– Mas pode ser uma pessoa que, assim como eu, não costuma conferir o extrato bancário. Pode estar entrando na minha conta alguma coisa e... eu já fiquei sabendo, uma vez, que foi sacado da minha conta corrente um dinheiro que foi depositado indevidamente. Depois o gerente do banco veio me explicar. Olha, se não é meu, não é meu.