O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, prestou novo depoimento à Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (16), no âmbito do inquérito que investiga o presidente Michel Temer na Lava-Jato. No testemunho, o executivo confirmou as informações prestadas em seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), conforme sua defesa. As informações são do site G1.
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O advogado do empresário afirmou que Joesley voltou a falar sobre o repasse de dinheiro para Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-deputado e ex-assessor especial de Temer flagrado com uma mala de R$ 500 mil repassados pela JBS. Segundo o dono da companhia, o pagamento também iria para o presidente.
No dia 7 de março, durante reunião noturna e fora da agenda oficial, Joesley gravou conversa com Temer no Palácio do Jaburu. Na ocasião, o empresário disse que havia "zerado as pendências" com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o empresário, a pedido de Temer, ele teria pago R$ 5 milhões à Cunha para comprar o silêncio do deputado cassado, preso pela Lava-Jato.
– Eu tô de bem com o Eduardo – disse o empresário.
– É, tem que manter isso, viu? – respondeu Temer.
Temer e Rocha Loures são investigados por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. A PF deve concluir o inquérito até domingo (18) e comunicar o Supremo Tribunal Federal (STF). Em seguida, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, terá cinco dias para se pronunciar. A expectativa é de que Janot apresente denúncia contra o presidente até o dia 26.