O governador José Ivo Sartori recebeu nesta segunda-feira (19), no Palácio Piratini, o presidente da Assembleia, Edegar Pretto (PT), para uma conversa sobre os métodos adotados durante reintegração de posse na ocupação Lanceiros Negros, quarta-feira passada (14), no centro de Porto Alegre. O encontro ocorreu a pedido de Pretto, que questionou a detenção do deputado Jeferson Fernandes (PT) pela Brigada Militar (BM) durante a ação.
O episódio causou desconforto entre os dois poderes. Ao governador, Pretto disse que a Assembleia Legislativa foi afrontada, "uma vez que um membro seu em pleno exercício do seu mandato, o presidente da Comissão de Direitos Humanos foi preso". Afirmou que a resistência do parlamentar durante a desocupação é prerrogativa do cargo que ocupa e que o episódio não se trata de disputa entre oposição e situação.
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– Ele foi preso, algemado, colocado em um camburão e depois, sem nenhum respeito aos protocolos que dizem respeito a uma questão como essa, largaram o deputado Jeferson em frente ao Theatro São Pedro – relatou o presidente da Assembleia, que cobrou de Sartori explicações e responsabilizações dos atos que considerou "falhos".
O governo do Estado e o oficial de Justiça responsável pelo despejo afirmam que o deputado não foi preso, mas contido para a "manutenção de sua própria segurança" e liberado logo em seguida. O chefe da Casa Civil, Fábio Branco, reafirmou que, em um ano e meio, o governo negociou por diversas vezes com os ocupantes do prédio. Branco também apresentou auto de reintegração de posse protocolado no Foro Central da Capital, segundo o qual o Conselho Tutelar acompanhou a ação, ao contrário do que diziam os deputados da bancada de oposição da Assembleia.
Ressaltando seu histórico pessoal de defesa da democracia, o governador respondeu a Pretto que a BM está fazendo todas as averiguações do procedimento e comprometeu-se em informar o resultado quando a análise foi concluída.
*Zero Hora
