CORREÇÃO: seis pessoas foram denunciadas por promoção ao terrorismo no Brasil e não sete. A informação incorreta permaneceu publicada entre 16h06min e 17h19min.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje cinco homens e uma mulher, todos moradores do Brasil, por apologia ao terrorismo e possível envolvimento com a organização extremista muçulmana Estado Islâmico (EI). A ação é sequência da Operação Hashtag, deflagrada pela Polícia Federal e por procuradores da República às vésperas dos Jogos Olímpicos, em julho de 2016, e que resultou na recente condenação de oito brasileiros. Entre os já condenados, também por apologia ao terrorismo, está o gaúcho Israel Pedra Mesquita.
A denúncia foi formulada por procuradores da República de Curitiba, porque a investigação da Hashtag começou no Paraná, quando a PF interceptou mensagens falando de encomenda de armas por parte do grupo no Paraguai. Em meses de investigações, os policiais rastrearam conversas de dezenas de simpatizantes do Estado Islâmico (EI) no Brasil. Vários deles falavam na oportunidade de realizar atentados terroristas durante os Jogos Olímpicos, o que levou à prisão 14 deles. Desses, oito foram condenados e os demais continuam sob investigação.
Nessa segunda fase da Operação Hashtag foram denunciados Danilo Francini dos Santos e Sara Ribeiro Martins (pelos crimes de promoção de organização terrorista e associação criminosa), Fernando Pinheiro Cabral (por associação criminosa), e Leandro França de Oliveira, Gilberto Gonçalves Ribeiro Filho e Mohamad Mounir Zakaria (pelo crime de promoção de organização terrorista). Todos são radicados em São Paulo. Zakaria inclusive chegou a ser líder religioso em uma mesquita.
"Em inúmeras ocasiões, os denunciados demonstraram devoção à organização terrorista afirmando, inclusive, intenção de ação terrorista no decorrer dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Nas redes sociais, ainda foram verificadas diversas postagens de apoio e exaltação ao grupo extremista, de incentivo à violência, bem como de cooptação de simpatizantes dos ideais extremistas do Estado Islâmico", diz trecho da denúncia do MPF.
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Chamou a atenção dos procuradores a presença de uma mulher, Sara Ribeiro Martins. O papel dela seria recrutar mulheres para formar uma célula do Estado Islâmico no Brasil. Em depoimento quando foi alvo de condução coercitiva ainda em 2016, a denunciada inclusive afirmou que se considerava simpatizante do grupo terrorista Estado Islâmico, além de fazer parte de um grupo que planejava a execução de atos terroristas.
Na denúncia, o procurador da República Rafael Miron diz que é claro que todos os denunciados "de forma voluntária e consciente da ilicitude da conduta promoveram a organização terrorista Estado Islâmico por meio de publicações de comentários, imagens e vídeos, links de sites de notícias do grupo extremista e conversas e atos em aplicativos e redes sociais _ em ambientes públicos e privados". Em alguns casos, cogitaram realizar atentados.Os denunciados estão sujeitos a penas que variam de quatro a 20 anos de prisão.