Pouco antes das 6h desta quinta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), usou o Twitter para defender o governo após a revelação de que o presidente Michel Temer foi gravado dando aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em um vídeo de 59 segundos, Padilha diz que "o Brasil não vai parar".
O braço-direito do presidente da República começa a fala ressaltando as manchetes "altamente positivas" e "em favor do governo" da semana, relacionadas ao Produto Interno Bruto (PIB), à geração de empregos e à queda da inflação, e sugere que a nova delação ainda não foi investigada e que, por isso, ainda não há condenados:
– Essa delação traz fatos que têm que ser, sim, investigados, têm de ser sim, explicados, mas não se tem ninguem condenado antecipdamente.
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Por fim, o ministro diz que os brasileiros não querem que o país pare.
– O Poder Judiciário se encarrega da questão das delações. Nós, do governo, temos que nos encarregar de governar. O Brasil, os brasileiros não querem parar. Não vão parar. O Brasil não vai parar – finalizou Padilha.
Reportagem do jornal O Globo revelou, na quarta-feira, que os donos do frigorífico JBS, Joesley e Wesley Batista, disseram, em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR), que gravaram Temer dando aval para comprar o silêncio de Cunha depois que ele foi preso na operação Lava-Jato. Ainda não há informação sobre se a delação foi homologada.
Em sua primeira manifestação pública após a revelação, Temer admitiu que se encontrou com Joesley no Palácio do Jaburu, em março, porém negou que tenha autorizado "qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça" de Cunha.