O vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse nesta quinta-feira (18) que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve rejeitar todos os pedidos de abertura de processo de impeachment contra o presidente Michel Temer. É prerrogativa de Maia analisar a admissibilidade dos pedidos.
– Ele, com certeza, vai rejeitar todos os pedidos – disse Perondi.
O peemedebista afirmou ainda que o questionamento de aliados é normal, mas que Temer é habilidoso no diálogo com parlamentares. Sobre o PSDB, especificamente, Perondi disse que "é óbvio que o partido tem dúvida, mas está firme no governo".
Mesmo que os tucanos desembarquem do governo Temer, Perondi garantiu que o PMDB seguirá no poder. Um dos parlamentares mais próximos ao presidente, Perondi disse ainda que Temer está indignado com as acusações e angustiado.
– Como não ficar angustiado num momento desses? – questionou.
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"Moleque"
O vice-líder do governo na Câmara chamou o empresário Joesley Batista de "moleque" e "brasileiro escroto". Joesley Batista, um dos donos da JBS, gravou conversa com Temer em que o presidente teria dado o aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nas investigações da Operação Lava Jato.
– Ele é um moleque, um brasileiro escroto – disse Perondi, logo após o pronunciamento do presidente, que afastou a possibilidade de renúncia ao cargo.
De acordo com o vice-líder do governo na Câmara, Temer sequer cogitou a hipótese de deixar o posto.
– Parece-me que ele tentou comprar a República – acrescentou, buscando ligar Joesley aos governos do PT.
Perondi afirmou que o andamento das reformas trabalhista e da Previdência não muda e que elas são uma necessidade.
– Estamos quase chegando aos números para aprovar a reforma da Previdência na Câmara. Talvez as reformas ameacem os poderosos – afirmou.
Nesta quinta-feira mais cedo, porém, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) suspendeu o calendário da Reforma Trabalhista. A previsão era apresentar o relatório na terça-feira, 23.
Perondi buscou explicar como Joesley Batista se reuniu com Temer no Palácio do Jaburu, conforme mostraram as delações e foi confirmado pelo presidente nesta quarta-feira em nota oficial e nesta quinta em pronunciamento.
– Esse empresário tentou agenda com Temer durante 60 dias e ele não quis recebê-lo. Aí, ele descobriu o telefone particular de Temer. Ele atendeu, Temer atende a todos. Gentil que é, ele disse: "Venha cá". Com certeza, foi uma cilada – afirmou.