Pesquisa do Datafolha mostra que sete em cada 10 brasileiros (71%) são contra a Reforma da Previdência, proposta pelo governo federal. A rejeição é ainda maior, 83%, entre funcionários públicos, que estão entre os grupos mais ameaçados pelas mudanças em discussão.
Conforme a pesquisa, a taxa de rejeição cresce entre mulheres (73%), trabalhadores que ganham entre dois e cinco salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e os com ensino superior (76%).
A pesquisa do Datafolha teve como base 2.781 entrevistas em 172 municípios na quarta e na quinta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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O levantamento também aponta que a maioria dos pesquisados é contra a possibilidade de regras especiais para algumas categorias, como professores (54%), policiais (55%) e militares (58%). No caso dos trabalhadores rurais, a maioria (52%)entende que eles devem seguir se aposentando mais cedo, condição mantida pelo relator da reforma na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA).
Mesmo entre os favoráveis a uma reforma, há divergências com relação a três pontos: idade mínima de 65 anos para homens, de 62 anos para mulheres, e a nova fórmula para cálculo de benefício, que exige 40 anos de contribuição. Questionados sobre os três pontos, 87% dos entrevistados se disseram contrários às mudanças.
A definição de uma idade mínima é uma das principais mudanças da reforma e atinge trabalhadores do setor privado que hoje se aposentam por tempo de contribuição: 30 anos para mulheres e 35 para homens. Na média, os entrevistados disseram que esperam se aposentar com 60 anos, mesma idade declarada em pesquisa do ano passado.
O projeto de reforma previdenciária atualmente em discussão na Câmara dos Deputados precisa ser aprovado por 60% dos deputados e dos senadores em duas votações para entrar em vigor.