O ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), chamado nos bastidores da Câmara de "antena" do presidente, pediu demissão do cargo de assessor na noite de terça-feira. Em carta enviada a Michel Temer, justificou o pedido afirmando que enfrenta "dificuldades junto à família para permanecer em Brasília". As informações são do portal G1.
Mabel era um dos assessores que ocupava sala no terceiro andar do Planalto e fazia parte do grupo que ajudava nas negociações do governo com o Congresso. Jamais, contudo, foi nomeado oficialmente para o cargo.
Com a saída do assessor especial, já são quatro assessores de Temer que deixam o Planalto. Além de Mabel, já saíram José Yunes, Rodrigo Rocha Loures e Tadeu Fillipelli.
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O ex-deputado pediu para deixar o cargo em março de 2017, após surgirem rumores de que seria citado nas delações da Odebrecht, mas seguiu atuando. Segundo delatores da empreiteira, ele teria recebido R$ 10 milhões para ajudar a Odebrecht e a Andrade Gutierrez a vencer a licitação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.
Também próximo ao ex-deputado Eduardo Cunha, Mabel já havia sido citado no escândalo do Mensalão, mas teve o processo de cassação derrubado em Plenário.
Além disso, o Ministério Público Federal em Goiás pediu a instauração de um inquérito à PF para apurar supostos pagamentos feitos a ele pela Odebrecht, via caixa 2, baseado em delações de ex-executivos de empreiteira, o órgão afirma que o político recebeu R$ 240 mil, não declarados à Justiça Eleitoral, para sua campanha de 2010.