O protesto contra o presidente Michel Temer em Brasília, nesta quarta-feira (24), acabou com 49 pessoas feridas e oito presos, conforme a assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP-DF). Dos feridos, ao menos um foi atingido por disparo de arma de fogo. No entanto, ainda não foi esclarecido se era de munição letal. O autor do disparo não foi identificado até o momento.
Do montante de feridos, oito são policiais militares. Um deles quebrou a perna. Em nota, a SSP-DF informou que a Polícia Militar (PM) vai abrir inquérito para apurar ação de policiais que usaram armas de fogo em protesto. Reportagem do jornal O Globo mostrou PMs sacando pistolas e atirando contra manifestantes durante confronto no ato.
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Das oito pessoas conduzidas ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil, três delas foram presas por porte de substância entorpecente para consumo pessoal e porte de arma branca; uma por porte de arma branca; duas por resistência e pichação; e uma por lesão corporal e resistência e uma por desacato.
A PM e os manifestantes entraram em confronto na região da Esplanada dos Ministérios. Ao menos quatro ministérios registraram focos de incêndio após a ação de vândalos. Ainda de acordo a SSP-DF, cerca de 45 mil pessoas participaram da manifestação na Esplanada dos Ministérios.
O confronto começou por volta das 14h, quando um grupo de mascarados tentou furar a barreira policial em frente ao Congresso. A Força Nacional e a PM usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes, que avançavam pelo gramado. O Congresso teve de ser cercado por grades instaladas mais cedo e por um cordão formado por policiais.
Chamas foram registradas no térreo do prédio do Ministério da Agricultura pouco depois das 15h. O fogo foi extinto menos de uma hora depois pelo Corpo de Bombeiros. O Ministério do Planejamento e o da Cultura também foram alvos de incêndios.
O ato começou a perder força perto do início da noite após o ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciar que tropas da Forças Armadas vão ser enviadas a Brasília para resguardar os prédios públicos do governo federal. Ao todo, 1,5 mil militares vão atuar na segurança dos órgãos.