Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, minimizou a investigação envolvendo o presidente Michel Temer após a divulgação da delação de executivos da JBS. A conversa com o ministro ocorreu na sexta-feira, quando Jardim ainda comandava o Ministério da Transparência, mas o Correio Braziliense publicou apenas neste domingo, quando houve a troca nos ministérios.
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Na entrevista, Torquato Jardim diz entender a atitude de Temer receber Joesley Batista, um dos donos da JBS, sem agenda e tarde da noite. Conforme o ministro, o peemedebista tem hábitos informais "de quem é do Congresso", que "funciona até meia-noite, duas horas da manhã".
Durante a conversa com o jornal de Brasília, Jardim também falou sobre o julgamento da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro destacou que dificilmente o caso será julgado na data marcada – dia 6 de junho. Jardim acredita que haverá um pedido de vista, mas a decisão sobre o processo deve sair em junho. Em um cenário onde Temer não aceita renunciar em meio à crise política, o novo comandante do Ministério da Justiça concorda que a classe política criou uma maior expectativa em relação à decisão do TSE, que pode cassar a chapa Dilma-Temer.
Jardim defendeu as reformas propostas pelo governo – entre outras, a trabalhista e da Previdência –, destacando que o "sucesso nas urnas para quem quer que seja" pede as mudanças.
Torquato Jardim salientou que o caso da gravação da conversa entre Joesley e Temer tem que ser esclarecido pelas autoridades. Ele disse que ainda não está claro como o empresário conduziu o processo que gerou o registro de áudio.
O ministro salientou que deve ser esclarecido se houve "ação controlada contra o presidente da República sem a autorização de um ministro do Supremo".
No entanto, defende os equívocos de Temer, que em entrevista após a divulgação do áudio, disse ter recebido Joesley para falar sobre a Carne Fraca, deflagrada 10 dias após a conversa com o empresário.
No entanto, defende os equívocos de Temer, que em entrevista após a divulgação do áudio, disse ter recebido Joesley para falar sobre a Carne Fraca, deflagrada 10 dias após a conversa com o empresário.Para Jardim, " aquilo foi um lapso de tempo" causado pela tensão do momento.