Após o jornal O Globo divulgar informações das delações da empresa JBS – ainda não homologadas –, em que o presidente Michel Temer é um dos principais atingidos, manifestantes foram até o Palácio do Planalto, em Brasília, para protestar contra o governo do peemedebista. Segundo o jornal, o dono da JBS gravou Temer dando aval para a compra de silêncio de Cunha. Cerca de 200 pessoas se reuniram em frete à sede da Presidência da República. Também houve buzinaço no local.
Leia mais:
Dono da JBS gravou Temer dando aval para compra de silêncio de Cunha
Em gravação, Aécio pede R$ 2 mi a dono da JBS, diz jornal
Quem são os personagens citados nas delações da JBS
Em certo momento do ato, a polícia entrou em confronto com os manifestantes e jogou spray de pimenta para dispersar o grupo. A confusão teve início em uma briga entre dois participantes da mobilização.
Alguns manifestantes ergueram bandeiras do PT e gritaram "fora Temer". Um grupo de deputados da oposição, incluindo o petista Paulo Pimenta (RS), se juntou ao protesto. A segurança do Planalto foi reforçada pela Polícia Militar do Distrito Federal. São ao menos 10 carros de polícia em frente ao edifício. No início do ato, os policiais impediram os manifestantes de se aproximar do Palácio, obrigando-os a permanecer do outro lado da rua.
O grupo pedia a renúncia de Temer e eleições diretas para a Presidência. Durante o protesto, a Polícia do Exército usou spray de pimenta contra os manifestantes e os obrigou a deixar a calçada em frente ao Planalto.
Dentro do prédio, Temer se reuniu com os principais ministros do governo para avaliar os impactos da denúncia. O peemedebista deixou o local pouco depois das 22h.
Em nota, o presidente admitiu ter se encontrado com o empresário Joesley Batista, presidente da JBS, um dos responsáveis pela gravação revelada por O Globo. Contudo, negou ter autorizado "qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça" de Cunha.
São Paulo
Em São Paulo, a manifestação na Avenida Paulista que pede a saída de Michel Temer da Presidência ganhou corpo no final da noite desta quarta-feira (17) e passou a interromper o fluxo de veículos em um dos sentidos da via, na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
De acordo com transmissões ao vivo nas redes sociais, os manifestantes se concentravam no Masp e pretendiam sair em passeata até o centro da cidade.
O ato começou a partir de um outro evento que ocorria no vão do Masp, organizado pela Frente Povo Sem Medo, para debater as reformas propostas pelo governo Temer.
Organizadores do debate, após a divulgação das denúncias contra Temer, passaram a convocar manifestantes. Eles estimam que 5 mil pessoas estão presentes. A Polícia Militar não forneceu estimativa de público.
Porto Alegre
Entre 21h45min e 23h15min, a reportagem de Zero Hora percorreu os principais bairros da região central de Porto Alegre, mas não registrou grandes mobilizações contra o governo Temer. Na Cidade Baixa, um pequeno grupo de carros realizou um buzinaço. Em alguns pontos do bairro, foi possível ouvir queima de fogos de artifício durante a exibição das denúncias contra Temer no Jornal Nacional, da TV Globo. Para quinta-feira, diversos atos estão programados para a Capital.
*Estadão Conteúdo