A Justiça de São Paulo deu ganho de causa parcial ao prefeito João Doria (PSDB), determinando que o Facebook forneça os IPs (identificação numérica) dos computadores usados para a criação da página Deixa a Esquerda Livre e do evento organizado por ela, Virada Cultural na Casa de João Dorian. No entanto, permitiu que o evento ocorra e que a página siga no ar, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
Agendado para 13 de maio, o evento – que até a noite desta sexta-feira tinha 6,8 mil pessoas confirmadas e mais de 10 mil manifestaram interesse – foi uma resposta ao novo formato proposto por Doria para a Virada Cultural. O prefeito anunciou a pretensão de tirar da região central os grandes palcos de shows e levá-los para locais fechados, como o Autódromo de Interlagos. A reação, via Facebook, começou ainda em dezembro.
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O advogado de defesa de Doria, Thiago Tommasi, disse ao jornal que a ação tem por objetivo impedir a perturbação dos vizinhos do prefeito, que mora nos Jardins, assim como qualquer tipo de "balbúrdia" ou "quebra-quebra" no entorno.
– Isso (a decisão de fornecer os IPs) não veda a manifestação pacífica na internet, a liberdade de expressão. O que se veda é o anonimato – justificou Tommasi.
O Facebook ainda não forneceu os dados assegurados pela Justiça e, ao Estado de S.Paulo, disse que não comenta casos específicos.
Os organizadores da página dizem não saber se recorrerão da decisão e afirmam que, inicialmente, o evento era fictício.
Segundo o UOL, gestão tucana voltou atrás após as manifestações ainda em dezembro, afirmando que o evento iria continuar acontecendo na região central da cidade, mas com programação menos intensa. A Virada foi confirmada para os dias 20 e 21 de maio, com 70% dos dos eventos descentralizados.