Convocada pelas centrais sindicais em protesto às reformas propostas pelo governo Michel Temer, a greve geral paralisa parte do país nesta sexta-feira. Já nas primeiras horas da manhã, as manifestações se espalharam pelas capitais e cidades do Interior. Há registro de protestos em todos os Estados.
Os movimentos bloqueiam estradas, ruas e avenidas em diferentes regiões e também interrompem serviços como transporte público, comércio e escolas. Em muitos casos, a Polícia Militar (PM) interviu e houve confrontos.
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Porto Alegre amanheceu com as garagens de ônibus municipais bloqueadas pelos grevistas e veículos foram apedrejados. Os coletivos não circulam na cidade nesta sexta-feira, e as lotações tiveram a autorização de transportar passageiros de pé.
Veja imagens dos protestos em Porto Alegre e algumas cidades do RS:
Também está fora de operação o trensurb na Região Metropolitana. Apesar de a Justiça ter determinado que a empresa disponibilizasse metade dos serviços nos horários de pico, os vagões ficaram parados porque manifestantes invadiram os trilhos e impediram as saídas pela manhã.
Grevistas ainda realizam uma série de bloqueios em vias de Porto Alegre, da Região Metropolitana e do interior do Estado. Foram registrados ao menos 25 pontos com interrupções em distintos horários. Uma delas ocorreu na ponte do Guaíba, onde manifestantes atearam fogo em pneus para impedir a passagem de motoristas no sentido Capital-Interior. Bloqueios também ocorrem em locais como a BR-116, em Canoas, Caxias do Sul e São Lourenço do Sul, e a BR-392, em Rio Grande.
Com os bloqueios em estradas, saídas de ônibus intermunicipais tiveram de ser canceladas na rodoviária de Porto Alegre. A administração da estação estima que metade das viagens sofreram impactos. Na madrugada, a saída do terminal chegou a ser bloqueada, e a Brigada Militar (BM) desobstruiu o local. Na Capital, lojas, escolas e agências bancárias não abriram as portas.
No Rio de Janeiro houve pancadaria. Durante protesto no aeroporto Santos Dumont, ocorreu troca de socos e chutes no saguão principal, junto ao setor do check-in. A confusão só acabou com a chegada de agentes da Polícia Federal. O G1 divulgou vídeo do tumulto. Do lado de fora do aeroporto, a polícia reprimiu o protesto com balas de borracha na via que dá acesso ao Santos Dumont. Pelo menos um estudante foi atingido.
Em São Paulo, interrupções de ruas e rodovias provocaram a prisão de 16 pessoas. Ônibus, metrô e trens também foram afetados. Já no Rio de Janeiro, manifestantes fecharam vias, e a Tropa de Chope interviu com bombas de efeito moral, provocando confronto.
Em Brasília, cerca de mil manifestantes reúnem-se na Esplanada dos Ministérios e devem se deslocar em direção ao Congresso Nacional. A segurança foi reforçada.
Sindicatos, movimentos sociais e partidos opositores a Temer sustentam que os os projetos apresentados pelo governo federal – como as reformas trabalhista e previdenciária – retiram direitos dos trabalhadores e dificultam o acesso à aposentadoria. Em entrevista nesta manhã, o ministro da Justiça, Omar Serraglio, criticou a greve geral e disse que se trata de "uma baderna generalizada".