O relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, enviou à Justiça Federal uma delação que envolve o ex-deputado federal gaúcho Beto Albuquerque (PSB). Conforme Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht, o parlamentar recebeu em 2010 e 2012 recursos não contabilizados para sua campanha e também para correligionários do partido.
Alexandrino diz que intermediou repasse de R$ 300 mil para Beto em duas oportunidades. A primeira foi em 2010: R$ 200 mil para a campanha dele para a Câmara dos Deputados. E a segunda em 2012, R$ 100 mil como auxílio às campanhas municipais de candidatos do Partido Socialista Brasileiro (PSB) noâmbito do Estado do Rio Grande do Sul.
– As operações foram realizadas pelo grupo Odebrecht sem qualquer registro no Tribunal Superior Eleitoral – relatou Alexandrino.Alexandrino também informou que o apelido de Beto Albuquerque era Trincaferro (nome de um pássaro com penas grisalhas).
Beto já não é deputado e, por isso, não tem foro especial. Caso seja investigado, o seu caso será remetido ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) gaúcho, para apuração de delito de falsidade ideológica na captação de recursos de campanha (caixa 2).
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A trajetória de Beto Albuquerque
CONTRAPONTO
O que diz Beto Albuquerque:
"Só teme a Justiça ou uma investigação quem deve ou praticou algum ato ilegal. Eu não devo e não temo! Ao contrário, confio na Justiça, no MP e na verdade. Nunca tive qualquer relação ilegal com a Odebrecht. Nunca! Ainda não sei das razões para o meu nome estar citado. Mesmo assim afirmo, ou se trata de um enorme engano ou estou diante de uma grande mentira e calúnia. Tomarei todas as providências cabíveis e estou a disposição da justiça para esclarecer a verdade. Minha conduta de uma vida inteira é a melhor forma de me defender de qualquer injustiça".