Em jantar realizado na noite desta quarta-feira com integrantes da bancada do PMDB do Senado, o presidente Michel Temer informou a alguns dos presentes que pretende acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para formalizar um pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja levantado o sigilo da segunda lista do Janot. A atuação da AGU seria restrita aos integrantes do governo federal.
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A ideia, segundo alguns dos presentes no encontro, seria tentar evitar que ocorram vazamentos seletivos e graduais e, por consequência, o desgaste de integrantes da cúpula do governo.
A reunião com os peemedebistas ocorreu um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar ao STF nova lista com nomes que deverão ser investigados no âmbito da Operação Lava-Jato.
Janot pediu para investigar ao menos seis titulares dos 29 ministérios do governo de Temer: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), Bruno Araújo (Cidades), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços).
No jantar, realizado no Palácio do Alvorada, o surgimento de novos nomes na lista também foi comentado entre os senadores. O que mais surpreendeu foi o envolvimento de Lídice da Mata (PSB-BA) na investigação.
O encontro também serviu para que Temer fizesse afagos ao líder do PMDB do Senado, Renan Calheiros (AL). No discurso feito durante o brinde, o presidente lembrou da votação realizada no final do ano passado da chamada PEC do Teto, que estabeleceu um limite para os gastos públicos. Ao falar da votação, Temer elogiou a condução de Renan do processo, que teria ficado até à madrugada no plenário para garantir a aprovação da proposta.
Os afagos ocorreram uma semana após Renan vir a público para criticar o que chamou de "tomada do governo" por parte do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava-Jato. As críticas do senador ocorreram após Temer indicar parlamentares próximos a Cunha para cargos estratégicos no governo e no Congresso.
*Estadão Conteúdo