O Hospital Moinhos de Vento divulgou, na noite desta terça-feira, um boletim médico apontando que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, deve receber alta na quinta-feira após apresentar uma " excelente recuperação de seu quadro de saúde".
Afastado de suas funções desde o dia 20 de fevereiro, quando passou mal com o agravamento de um problema na próstata, Eliseu Padilha pretende voltar efetivamente ao trabalho, em Brasília, na próxima segunda-feira. Enquanto isso, mesmo internado no hospital em Porto Alegre, onde foi submetido a uma cirurgia, na semana passada, o ministro despacha, por telefone, e tem conversado diariamente com o presidente Michel Temer.
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Para o Planalto, Padilha é considerado uma peça fundamental no momento em que o governo começa a tocar, de fato, a reforma da Previdência. Por enquanto, a negociação política com os parlamentares, que tinha Padilha à frente, está a cargo do próprio presidente. Por outro lado, há pressão para que o ministro seja afastado do cargo.
A situação política de Padilha se complicou na semana passada, depois de o executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, dizer em depoimento que tratativas para repasse de recursos para a campanha eleitoral de 2014 foram feitas com o ministro.
Padilha já enfrentava desgaste com o depoimento espontâneo do amigo e ex-assessor especial de Temer, o advogado José Yunes. Ao Ministério Público Federal (MPF), Yunes afirmou ter servido de "mula involuntária" do ministro ao receber, em 2014, um "pacote" do lobista Lúcio Funaro, investigado na Lava-Jato.