O juiz federal Sérgio Moro enviou um ofício ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), para que ele escolha uma data para depor como testemunha de defesa de seu antecessor Sérgio Cabral, também peemedebista. Vice de Cabral no Rio, Pezão pode optar por três datas e horários: 6 de abril, às 16h, 11 de abril, às 14h, ou 17 de abril, às 11h.
O governador fluminense vai falar por videoconferência da Justiça Federal do Rio. O ofício foi enviado na sexta-feira. Pezão tem cinco dias para escolher uma data.
Leia mais
Delator diz que Andrade Gutierrez pagou Cunha por apoio em MPs,diz jornal
STF abre precedente para punir propina em doações eleitorais, diz procurador
Após versões divergentes, TSE fará acareação entre delatores da Odebrecht
Cabral está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu 8, desde novembro do ano passado. O ex-governador foi detido na primeira fase da operação Calicute em seu apartamento, no Leblon, na zona sul do Rio. Segundo os investigadores, Cabral era o líder de um grupo criminoso que angariava propina junto a empreiteiras contratadas por sua administração.
O ex-governador responde a ações penais na 13ª Vara Federal em Curitiba e na 7ª Vara Federal no Rio. Na ação em que Pezão vai depor, Sérgio Cabral é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em ação conduzida por Moro.
A Procuradoria da República acusa o peemedebista por propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011, referente às obras do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da Petrobras.
Neste processo também são réus outros seis investigados, inclusive, a mulher de Cabral, a advogada Adriana Ancelmo. Os outros cinco acusados são: Carlos Miranda, apontado como o "homem da mala" do ex-governador; os executivos da Andrade Gutierrez Clóvis Renato Numa Peixoto Primo e Rogério Nora de Sá; o ex-secretário do Governo Cabral, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, e sua mulher Mônica Araújo Macedo Carvalho.