Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, no domingo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que as investigações da Operação Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) não têm como objetivo "criminalizar a política".
"As investigações não têm como propósito criminalizar a política. A atividade político-partidária é essencial ao regime democrático e condição de seu funcionamento", escreveu Janot.
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De acordo com o procurador, não há a pretensão de "depurar o país ou a política" com as investigações.
"Nem o procurador-geral da República nem o MPF (Ministério Público Federal) jamais arrogam para si o juízo definitivo sobre homens ou fatos que se desenrolam no processo de desenvolvimento social. Não se ambiciona, com nosso trabalho, depurar o país ou a política, até porque esse papel não cai bem a uma instituição de Estado", escreveu o procurador-geral.
Para ele, o país "está imerso em uma grave crise", cabendo aos brasileiros escolher entre "ceder ao medo" ou "enfrentar" os problemas.
"Podemos ceder ao medo, deixar-nos engabelar pela velha conversa de excessos do MPF e esconder os problemas; ou, enfrentá-los, implementar as reformas necessárias e elevar, assim, o patamar de nossa democracia.", afirmou no texto.
Janot também negou que exista uma "lista do Janot".
"Não existe 'lista de Janot'. O procurador-geral não tem prerrogativa de 'escolher' a quem investigar ou elaborar discricionariamente uma lista de criminosos."
*Estadão Conteúdo