Em carta divulgada por interlocutores após ser avisado de sua condenação pelo juiz Sergio Moro, Eduardo Cunha afirmou que sua sentença é política, "visando a tentar evitar a apreciação de meu habeas corpus no STF, para que ele possa me manter como seu troféu em Curitiba". Escrita à mão pelo parlamentar, que está detido no Complexo Médico Penal, em Pinhais, o documento afirma ainda que Moro "quer se transformar em um justiceiro político, não tem qualquer condição de julgar qualquer ação contra mim pela sua parcialidade e motivação política". O ex-presidente da Câmara foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas.
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O ex-parlamentar criticou também a velocidade do juiz da Lava-Jato para proferir a sentença, dois dias depois de sua defesa apresentar as alegações finais, os últimos argumentos no processo.
"A decisão, além de absurda e sem qualquer prova válida, jamais poderia ser dada 48 horas após as alegações finais".
Cunha ainda chega a afirmar que a sentença foi dada "antes dos demais réus terem sequer apresentado as suas alegações finais na ação". Nesta ação penal, contudo, o peemedebista é o único réu da ação.
Ele ainda reiterou que já entrou com ação arguindo a suspeição de Moro "por vários motivos já divulgados" e que agora tem o "agravante" com essa decisão, "mostrando que a sentença já estava pronta", segue o ex-parlamentar.
"Essa decisão não se manterá nos tribunais superiores, até porque contém nulidades insuperáveis", afirma.
*Estadão Conteúdo