O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar disse ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em depoimento no dia 6 de março, que a empresa pagou R$ 21 milhões em dinheiro a três partidos para garantir tempo de TV para a chapa de Dilma-Temer nas eleições de 2014. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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Conforme a publicação, o dinheiro, de caixa 2, teria sido entregue em hotéis e flats. O ex-diretor afirmou que a Odebrecht pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos: PROS, PCdoB e PRB. Alexandrino confirmou os repasses ao ministro Herman Benjamin, relator do processo de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE.
Ainda segundo o depoimento do ex-executivo, as siglas eram chamadas pelos seguintes apelidos: PROS era “onça”; PC do B, “vermelho”; e PRB, “doutor”.
Com o pagamento milionário aos partidos, a chapa Dilma-Temer teria obtido a adesão de mais siglas à coligação que saiu vitoriosa naquelas eleições, além de garantir mais tempo de propaganda na televisão.
De acordo com Alexandrino, os pagamentos foram realizados com a intermediação do então tesoureiro da campanha de Dilma, o ex-ministro Edinho Silva. O ex-diretor disse que os partidos pediam que os pagamentos fossem mais rápidos.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o PRB disse não ter recebido caixa 2, propina, ou "recurso de qualquer origem ilícita" para apoiar a chapa vencedora em 2014. O PCdoB informou que o apoio à candidatura de Dilma em 2014 se deveu a "identidade de projetos político-ideológicos". A defesa de Dilma Rousseff disse que a vida pública da ex-presidente é "limpa e honrada". Nenhum representante do PROS foi localizado.