Em mensagem de vídeo publicada nas redes sociais, o novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), sinalizou que deve manter a política externa do seu antecessor, José Serra (PSDB), e disse que quer aproximar o Mercosul dos países que formam a Aliança do Pacífico, que são México, Colômbia, Peru, Chile e Costa Rica.
– Eu aceito o cargo consciente da responsabilidade e também das oportunidades que uma boa política externa, como essa que vem sendo praticada pelo governo Temer, pode trazer para o Brasil – afirmou o tucano. – E a política externa, nesse momento em que o Brasil começa a sair de uma crise profunda, pode dar uma grande contribuição, especialmente na área econômica, no comércio internacional e em investimentos – acrescentou.
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No vídeo, Aloysio afirmou que quer dar "uma nova vida" ao Mercosul, citando uma aproximação com os países da Aliança do Pacífico e o acordo em negociação com a União Europeia, que, segundo ele, "é uma nova oportunidade de inserção mais competitiva do Brasil".
O novo ministro disse ainda que o Brasil é um país que tem "grande influência na política internacional" e que vai se guiar pelas diretrizes da política externa brasileira previstas na Constituição, como a defesa da paz, da justiça, do meio ambiente e dos direitos humanos.
Para diretor da Fiesp, Aloysio significa "continuidade" no Itamaraty
O diretor do Departamento de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Thomaz Zanotto, avalia que a nomeação do senador Aloysio Nunes como novo ministro das Relações Exteriores significa a continuidade da política adotada pelo ex-chanceler José Serra, com reaproximação aos países desenvolvidos e diversificação das relações de comércio.
– Temas como convergência regulatória e medidas de facilitação de comércio são importantíssimos para o comércio exterior, mas que não geram manchetes como lidar com governos bolivarianos – disse Zanotto, referindo-se o confronto pela suspensão da Venezuela do Mercosul que marcou a passagem de Serra pelo Itamaraty.
Num momento em que o País pretende avançar em acordos comerciais, em especial o pacto em negociação entre Mercosul e União Europeia, Zanotto considerou que foi acertada a escolha de uma figura política de peso para o comando das Relações Exteriores. A biografia do senador é classificada por ele como "impressionante".
*Estadão Conteúdo