O procurador da República, Diogo Castor de Mattos, da força-tarefa da Operação Lava-Jato, declarou, nesta quinta-feira, que "agentes políticos do PMDB no Senado" foram beneficiários de parte dos US$ 40 milhões de propina supostamente repassados pelos operadores do partido Jorge Luz e Bruno Luz – pai e filho, respectivamente, são alvos de mandados de prisão da Operação Blackout, 38ª fase da Lava-Jato, porque tiveram uma "atuação de longa data" no esquema de corrupção instalado na Petrobras, segundo o procurador.
– Há estimativas da Procuradoria-Geral da República de que essas pessoas (Jorge e Bruno Luz) movimentaram em torno de US$ 40 milhões em pagamentos indevidos. Os beneficiários eram diretores e gerentes da Petrobras e também pessoas com foro privilegiado, agentes políticos relacionados ao PMDB. Há elementos que apontam que agentes políticos do Senado, ainda na ativa, foram beneficiários de parte desses pagamentos – afirmou.
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A força-tarefa da Lava-Jato pediu ao juiz Sergio Moro a prisão dos lobistas Jorge e Bruno Luz por identificar que eles deixaram o Brasil e que possuem dupla nacionalidade. Ambos estão nos Estados Unidos e já tiveram seus nomes incluídos na difusão vermelha da Interpol. Bruno Luz deixou o Brasil em agosto do ano passado e seu pai, em janeiro deste ano.
Jorge Luz havia sido citado na Lava-Jato pelo ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e pelo operador de propinas Fernando Baiano, delatores da operação. Em 18 de abril do ano passado, Cerveró disse em depoimento a Moro que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina de US$ 6 milhões por meio do lobista Jorge Luz, apontado como um dos operadores de propinas na Petrobrás, referentes a um contrato de afretamento do navio-sonda Petrobras 10.000.
O procurador não citou nome de nenhum político supostamente beneficiário das propinas dos operadores do PMDB. Em nota pública, Calheiros admitiu, nesta quinta-feira, conhecer Jorge Luz, mas declarou que não vê o lobista "há mais de 25 anos".
Segundo a Procuradoria da República, no Paraná, Jorge Luz e Bruno Luz usaram contas de empresas offshores no Exterior para pagar propina "de forma dissimulada". Durante as investigações, afirma a força-tarefa da Lava-Jato, foram identificados pagamentos em contas na Suíça e nas Bahamas.
Jorge e Bruno Luz são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, "suspeitos de intermediar propina de forma profissional e reiterada na diretoria Internacional da Petrobrás, com atuação também nas diretorias de Serviço e Abastecimento da estatal".